Com a facilitação da reprodução de obras de arte, surgiu um cenário em que a arte foi associada a um falso mistério e a uma falsa religiosidade, muitas vezes atrelada ao seu valor econômico, que veio para substituir o que as pinturas perderam: a singularidade.
Um quadro reproduzido em uma tela digital sofre de um paradoxo, quando afastada, para ver todo o quadro, é impossível ver os detalhes, assim o quadro não é o mesmo, e ao mesmo tempo, quando se aproxima a câmera para enxergar os detalhes, o quadro perde a essência e a narrativa muda completamente. Assim um quadro só pode ser realmente absorvido/analisado/degustado presencialmente, quando é possível ver, simultaneamente, a obra completa.
Quando a arte é reproduzida, seu único significado original pode ser transmitido, alterado e manipulado, podendo também surgir diversos significados. Por exemplo, um quadro, que é algo silencioso e estático, pode ter toda sua narrativa alterada ao dar-lhe movimento ou ao adicionar uma música. O contexto também o modifica, ao dividir o espaço de reprodução com textos ou outras imagens, seu significado se altera.
Ou seja, reproduzir obras de arte torna seus significados ambíguos, não necessariamente ruins. Significando que a reprodução de obras de arte pode ser utilizada por qualquer pessoa, para seus próprios fins.
Perguntas solicitadas para fomentar o debate:
1) É citado que a imagem na tela cria um novo significado pois a imagem na televisão não consegue ser estática, por causa da passagem de linhas, contudo essas linhas pararam de existir após o desuso das televisões de tubo. Portando, com a tecnologia das telas atuais, que criam uma imagem estática, o significado é mantido se a obra for exposta sem som?
2) O que altera na essência de uma obra ela ser observada através de duas fontes (dois olhos) ou uma fonte (câmera ou apenas um olho)?
3) A reprodução de uma arquitetura, por exemplo de um prédio famoso, modifica também seus significados?
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